Avaliação de Ruído Ocupacional

O ambiente de trabalho deve priorizar a integridade física dos trabalhadores. Entre as ameaças silenciosas do dia a dia, o barulho no ambiente de trabalho é um dos que mais merecem atenção. A exposição contínua a níveis sonoros elevados pode provocar perda auditiva irreversível. Por isso, a verificação dos níveis de som é fundamental para assegurar ambientes saudáveis e seguros.
No Brasil, a NR-15 define os limites de tolerância à exposição sonora. O valor limite estabelecido é de nível sonoro de 85 decibéis durante uma carga horária diária. Se esse valor for excedido, é necessário adotar ações de controle urgentes. Já a Norma Regulamentadora 9, que trata do PPRA, exige o monitoramento constante dos agentes físicos, incluindo o som. Essas normas são mais do que obrigações legais — são pilares de um ambiente laboral seguro.
A realização de uma medição especializada de ruído requer tecnologia de precisão. O principal dispositivo é o monitor individual de exposição ao som, capaz de registrar a exposição sonora ao longo do expediente, sendo ideal para ambientes com movimentação constante. Outro instrumento importante é o aparelho de leitura sonora pontual, que avalia o ruído em pontos fixos do ambiente. Com esses dados, é possível identificar zonas críticas e planejar ações corretivas pontuais.
Mas não basta medir: é essencial avaliar as consequências da exposição sonora. O contato frequente com ruídos elevados pode levar à PAIR, que afeta a percepção sonora. Além da perda auditiva, os trabalhadores podem sofrer com fadiga, e até desenvolver doenças cardiovasculares. Esses efeitos tornam indispensável a aplicação de medidas preventivas robustas.
Entre as formas de reduzir o ruído, destacam-se os EPIs, como abafadores. No entanto, os EPIs devem ser apenas um reforço às medidas de engenharia. Exemplo disso são as blindagens de ruído, a troca de equipamentos barulhentos e a manutenção preventiva dos sistemas.
A educação dos profissionais também é parte fundamental do processo. Promover ações educativas e instruir quanto ao uso correto dos EPIs ajuda a estimular comportamentos seguros. Equipes bem informadas tendem a respeitar os protocolos, reduzindo significativamente os acidentes.
Para empresas que desejam atuar com responsabilidade, contar com um profissional habilitado em higiene ocupacional é um passo estratégico. Esse profissional pode avaliar os resultados obtidos, colaborando com equipes de engenharia na implementação de um sistema de controle sonoro.
Investir em controle sonoro no trabalho representa mais do que uma exigência legal — é uma demonstração de cuidado com as pessoas. Empresas que adotam boas práticas em segurança do trabalho observam melhora na produtividade, além de evitar problemas jurídicos.
Lidar com o barulho excessivo nas operações exige atuação técnica constante. Com o suporte de profissionais capacitados e o uso de equipamentos modernos, é possível reduzir a exposição sonora. Afinal, agir antes é preservar a saúde e o futuro.