Função Hepática (TGO, TGP, Gama GT) Araçoiaba da Serra SP

A realização de testes hepáticos é fundamental para avaliar a saúde do fígado e detectar disfunções antes que evoluam que podem comprometer o equilíbrio do organismo. Esses testes clínicos, entre eles os mais conhecidos, como AST (TGO), TGP (ALT) e GGT (Gama GT), são comumente incluídos em avaliações regulares, em avaliações pré-cirúrgicas, em tratamentos contínuos, ou no monitoramento de alterações hepáticas subclínicas. O órgão hepático é um dos centros metabólicos do corpo, sendo responsável por mais de quinhentas funções essenciais, incluindo a quebra de compostos nutricionais, fabricação de proteínas fundamentais, reserva vitamínica e a destoxificação. Por isso, qualquer disfunção hepática pode ter impacto direto em diversos sistemas do corpo, exigindo vigilância e monitoramento clínico adequado.
O TGO (AST) e o TGP (transaminase pirúvica) são proteínas enzimáticas do fígado e circulantes em caso de lesão em maiores quantidades quando há lesão nos hepatócitos. A atividade da TGO não se restringe ao fígado e também pode ser encontrada no coração, músculos esqueléticos e rins. Já a TGP indica diretamente o dano hepático, o que faz com que sua elevação seja um sinal claro de agressão ao fígado. A interpretação integrada desses dois indicadores fornece ao médico uma leitura mais exata da condição hepática. Por exemplo, TGP elevado comparado ao TGO sugerem lesão hepática recente. Já predomínio de TGO sobre TGP podem estar relacionados a condições como alcoolismo hepático ou insuficiência cardíaca.
Outro marcador essencial na avaliação da função hepática é a enzima GGT, uma enzima que tem papel no sistema antioxidante do fígado e no metabolismo do glutationa. A GGT é sensível ao uso crônico de álcool e ao tratamentos com substâncias agressivas ao fígado, sendo frequentemente analisada em casos de obstrução biliar. Sua análise é indicada em pacientes com sinais de hepatite alcoólica, em conjunto com outros exames como painel hepático completo com FA, BT e TP, que também são parte dos testes hepatobiliares.
A interpretação dos valores desses exames deve considerar diversos fatores clínicos, laboratoriais e comportamentais do paciente. É importante lembrar que os níveis de TGO, TGP e Gama GT podem sofrer alterações relacionadas ao perfil clínico do paciente, suplementos e mesmo da rotina de treinos pesados. Portanto, a interpretação sem contexto pode ser insuficiente para um diagnóstico conclusivo, exigindo uma visão clínica abrangente e integrativa. Um resultado fora do padrão não necessariamente é sinônimo de hepatopatia, mas pode ser o início de uma busca diagnóstica mais minuciosa, com exames de imagem como ultrassonografia, elastografia hepática, tomografia ou ressonância magnética.
Os testes bioquímicos para análise hepática também são indispensáveis no acompanhamento periódico de situações médicas prolongadas, como quadros de hepatite viral, esteatose hepática (fígado gorduroso), comprometimento hepático crônico, condições autoimunes como colangite e hepatite autoimune, além de doenças metabólicas como hemocromatose e doença de Wilson. Em pacientes que fazem tratamento prolongado com fármacos potencialmente hepatotóxicos — como anticonvulsivantes, antirretrovirais, medicações anti-inflamatórias, remédios para colesterol e drogas imunorreguladoras —, a realização frequente de testes hepáticos permite adequações no tratamento e minimiza lesões hepáticas duradouras.
Nos processos de triagem antes de cirurgias, especialmente em intervenções prolongadas ou de longa duração, a dosagem de enzimas hepáticas é recomendada para garantir que o metabolismo de anestésicos e medicamentos seja seguro. Além disso, nos contextos de avaliação de saúde no trabalho, o monitoramento da função hepática é crucial em profissionais que lidam com compostos tóxicos ao fígado, protegendo contra alterações hepáticas insidiosas e irreversíveis.
A identificação inicial de alterações no fígado permite condutas clínicas mais resolutivas e melhor recuperação, especialmente quando há alterações mínimas e controláveis. A prescrição do especialista pode incluir a reeducação comportamental, como a exercícios constantes, emagrecimento gradual, gestão de doenças associadas, eliminação da ingestão alcoólica, além da troca de medicamentos hepatotóxicos. Em situações clínicas avançadas, o suporte de especialista hepático e a biópsia para diagnóstico preciso podem ser necessários para definir a extensão do dano e a estratégia de tratamento mais eficaz.
O avanço dos métodos laboratoriais possibilita hoje uma avaliação mais precisa, com equipamentos automatizados e ensaios laboratoriais refinados, o que facilita o reconhecimento rápido de alterações e condutas bem fundamentadas. Além disso, a democratização do acesso à medicina diagnóstica, faz com que testes hepáticos tradicionais estejam acessíveis em redes de saúde, com entrega ágil e segura.
A manutenção de exames periódicos — especialmente em populações de maior suscetibilidade como excesso de peso, antecedentes familiares de problemas no fígado, alterações nos níveis de colesterol, uso de bebidas alcoólicas e uso prolongado de medicamentos — é necessária para evitar complicações hepáticas. A preocupação com o fígado deve fazer parte da rotina de cuidados médicos, tanto na atenção básica quanto especializada. Profissionais da saúde têm papel central na educação em saúde sobre a relevância dos testes hepáticos, reforçando que o fígado, por ser um órgão silencioso, pode sofrer agressões por anos sem manifestar sintomas evidentes.
Por isso, o domínio das enzimas hepáticas representa uma ferramenta poderosa no rastreamento e no controle de diversas doenças hepáticas, contribuindo para a prevenção de complicações, estabilidade do quadro clínico. O atenção à saúde hepática é, acima de tudo, um investimento em saúde integral.